quarta-feira, 8 de junho de 2011

Capítulo XVIII

D. João V estava sentado numa cadeira escrevendo os seus bens e riquezas no rol. El-rei meditou acerca do que iria fazer às tão grandes somas de dinheiro, chegando à conclusão que a alma seria a primeira atenção, mandando construir o convento de Mafra, pagando com o ouro das suas minas e fazendas. Todos os materiais utilizados no convento eram de qualidade. De Portugal a pedra, o tijolo e a lenha para queimar, o arquitecto alemão, italianos mestres dos carpinteiros e da Holanda os sinos e os carrilhões. O convento levou 8 anos a ser construído.

Blimunda, Inês Antónia, Álvaro Diogo e o filho esperavam Baltasar, para jantarem com o velho João Francisco que mal mexe as suas pernas. Acabado o jantar Álvaro Diogo dorme a sesta. Baltasar bebe desde que soube da morte do padre Bartolomeu Lourenço e da sua passarola, foi um choque muito grande. Baltasar e seus amigos conversam acerca das suas vidas e falam de como eram as suas vidas antes de trabalharem em Mafra. Baltasar tem 40 anos, sua mãe já morreu e seu pai mal pode andar. Esteve na guerra e aí perdeu a sua mão, voltando a Mafra mais tarde. Sete Sois comenta que nem sabe se perdeu a sua mão na guerra ou se foi o Sol que a queimou, porque afirma que subiu uma serra tão alta que quando estendeu a mão tocou no Sol e queimou-o. Seus colegas comentaram que era impossível visto que só tocaria no Sol 'Se voasse como os pássaros, ou então seria bruxo. Baltasar nega dizendo que não é bruxo e também diz que ninguém o ouviu dizer que voou.