quarta-feira, 8 de junho de 2011

Capítulo IX

Baltasar e Blimunda mudam-se para a quinta do Duque de Aveiro, para trabalhar na construção da máquina de voar do Padre Bartolomeu Lourenço. Apesar de não ter a mão esquerda, Baltasar tem a ajuda de Blimunda. Uma vez por outra, Blimunda levanta-se mais cedo, antes de comer o pão de todas as manhãs e vai inspeccionar a obra feita, descobrindo a fraqueza escondida.
O padre Bartolomeu Lourenço tem fama de orador sacro e por este motivo é comparado ao padre António Vieira.

El-rei que ainda gosta de brinquedos protege o padre da Inquisição, por isso se diverte tanto com as freiras nos mosteiros e as vai emprenhando. Coitada da rainha, que seria dela se não fosse o seu confessor, por lhe ensinar resignação, e os sonhos em que lhe aparece o infante D. Francisco (irmão de D. João V). O padre Bartolomeu Lourenço decide partir para a Holanda, terra de muitos sábios sobre alquimia e éter, elemento que faz com que os corpos se libertem do peso da terra.
Nesta altura as freiras de Santa Mónica manifestam-se contra a ordem de D. João V de que elas só podem falar com familiares, sendo assim as esposas do Senhor já não ficariam grávidas no tempo de uma ave-maria. Mesmo assim as freiras saíram vitoriosas.

O padre abençoou o soldado e a vidente, despediu-se e partiu, deixando a quinta e a máquina de voar ao cuidado deles. Antes de partir para Mafra, o par decide não ir ao auto-de-fé e vão assistir às touradas, que é um bom divertimento. As touradas é como assar o touro em vida, tortura-se o touro enquanto o público aplaude a mísera morte. Cheira a carne queimada mas o povo nem nota pois os seus narizes já estão habituados ao churrasco do auto-de-fé.
Na madrugada seguinte Baltasar e Blimunda partem para Mafra.