quarta-feira, 8 de junho de 2011

Capítulo XIV

O padre Bartolomeu Lourenço voltou a Coimbra já doutor em cânones, e agora pode ser
visto na casa de uma viúva.

D. João manda vir da Itália o maestro barroco Domenico Scarlatti, a fim de dar lições de música à sua filha, a infanta D. Maria Bárbara. Scarlatti e Bartolomeu tornam-se amigos, partilhando as mesmas ideias e sonhos. Confiante em Scarlatti, o padre leva-o a S. Sebastião da Pedreira e apresenta os amigos e a passarola a Scarlatti. Blimunda chega da horta trazendo "brincos de cereja", a fim de brincar com Baltasar. Quando os viu, o músico pensou: Vénus e Vulcano... O padre diz a Scarlatti que ele e Baltasar têm ambos 35 anos e que não poderiam ser pai e filho. Mas poderiam ser irmãos, portanto, desde o começo da história, o tempo que se passou pode ser contado, nove anos. Mostrada a passarola por dentro, retira-se Scarlatti, mas promete voltar e trazer o cravo, que tocará enquanto Blimunda e Baltasar trabalham. O padre lá permaneceu, onde treinou o seu sermão para que os dois ouvissem. Discutem sobre Deus uno, trino. Blimunda adormeceu com a cabeça apoiada no ombro de Baltasar. Um pouco mais tarde ele levou-a para dormir. O padre saiu para o pátio, e toda a noite ali permaneceu, tomado por tentações.