quarta-feira, 8 de junho de 2011

Capítulo XI

O padre Bartolomeu regressou da Holanda. Foi à Quinta de S. Sebastião da Pedreira, tinham-se passado três anos e tudo estava abandonado, o material que trabalhara disperso pelo chão, "ninguém adivinharia o que ali andar perpetrando." O padre vê rastos de Baltasar, mas não vê os de Blimunda e julga que ela morrera ou então dormiu na enxerga.Padre Bartolomeu estudou na Holanda com alguns sabios alquimistas e traz consigo esferas que terá de encher com o éter celeste.

Depois, parte para Coimbra, não sem antes passar por Mafra, onde vai ver os homens que iniciam o trabalho do Convento. Quando chega a Mafra enontra um grande vulto e compara os homens que trabalhavam no convento a formigas, pois todos levavam coisas para o mesmo buraco. Procurou por Baltasar e Blimunda, junto do pároco e informa-o que os casara em Lisboa. Blimunda veio abrir a porta e reconheceu-o pelo vulto, quando desmontava. Beijou-lhe a mão. Marta Maria estranhou que a sua nora fosse abrir a porta a quem não batesse ainda.

Mais tarde, chegam Baltasar e o pai e aquele, por convivência com Blimunda, ao ver a mula adivinha tratar-se do padre. Marta Maria, que já desconfiava ter uma "nascida" (tumor) no ventre, lamenta nada ter a oferecer ao padre, nem comida, nem abrigo para passar a noite. O padre Bartolomeu dorme na casa do pároco e, pela madrugada, chegam Blimunda e Baltasar. Ela sem comer. Bartolomeu ama-os, eles sabem. Baltasar pergunta se o éter é a alma e o padre diz que não, que não é a alma dos mortos mas sim a vontade dos vivos, explica que o éter é tão simples como ter dito Deus "Faça-se luz, e a luz fez-se". Blimunda espantou-se e o padre pediu que ela o olhasse por dentro. Ela viu uma nuvem escura, à altura do estômago. Era da vontade, diferente da alma, o que faria voar a passarola. Bartolomeu montou na mula, disse que ia a Coimbra e que, quando voltasse a Lisboa, mandaria avisar os dois para que lá estivessem. Baltasar ofereceu o pão a Blimunda, mas ela pediu, primeiro, para ver a vontade dos homens que trabalhavam no convento.